Breno Fonseca 31/01/2011

Com o objetivo de promover melhoramento genético e aumento do rebanho em território alagoano, o programa Alagoas Mais Ovinos é uma oportunidade para os pequenos produtores que estão interessados em adquirir animais para suas criações. Para estabilizar a qualidade da carne oferecida, requisito exigido pelo mercado, reprodutores da raça Santa Inês são oferecidos aos pecuaristas. Cerca de 400 famílias já foram atendidas no ano passado e, a partir do mês de março, outras 350 receberão exemplares a partir de um edital lançado pela Secretaria do Estado de Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.

— Buscamos através de um processo de licitação adquirir animais de fora do Estado para promover melhoramento genético através da inclusão de reprodutores puros, já selecionados. Observamos características de carcaça, peso, idade. Com isso, as futuras crias já são abatidas mais rapidamente. A raça Santa Inês tem apresentado resultados bastante significativos quanto à adaptação e desempenho no sertão. É a raça mais utilizada no país para a produção de carne e tem em Alagoas o seu berço. Por isso, buscamos a Santa Inês, que já é adaptada à ao clima e às condições de forragem — comenta Sílvio Romero Bulhões de Azevedo, assessor técnico da Secretaria e gestor do programa.

O Mais Ovinos ainda oferece cursos de capacitação e assistência técnica periódica para os agricultores familiares. A finalidade é que os animais sejam tratados de maneira devida, especialmente quando o assunto é o armazenamento de forragens. Sílvio explica que, durante a época das chuvas, os criadores não promovem o depósito de alimento, o que, durante os períodos de seca, ocasiona na escassez de fornecimento.

Em torno de 3500 animais já foram distribuídos. As 750 propriedades beneficiadas foram e serão escolhidas através do edital, em que os municípios interessados oferecem a listagem das famílias com perfil para o programa. As exigências são que os agricultores devem ter baixa renda e com perfil para a produção de ovinos de corte e caprinos leiteiros. Sílvio Azevedo destaca que a fortalecer a ovinocultura alagoana é o grande desafio do projeto, visto que o Brasil e o Estado ainda são importadores de carne ovina. Outra frente de ataque é a padronização das carcaças, para seduzir o mercado cada vez mais exigente.

Sem tradição na produção de lã, devido às condições climáticas pouco favoráveis para os exemplares lanados, com a Santa Inês o pecuarista tem a possibilidade de aproveitamento do couro da raça, que se destaca pela espessura e cor e pela qualidade superior à de bovinos. Hoje, o programa já detecta bons resultados. Sílvio conta que algumas famílias, que haviam recebido sete carneiros, já tem em mãos seis crias. Isso mostra que a atividade vai de vento em poupa na região e o proprietário rural só tem a ganhar.

Para maiores informações, basta entrar em contato com Secretaria do Estado de Agricultura e do Desenvolvimento Agrário pelo telefone (82) 3315-3655.